Dificuldades são experiências nada agradáveis. No ambiente educacional, elas estão presentes, pois não há somente facilidades e aprovações. As dificuldades de aprendizagem são os sintomas de que algo não vai nada bem. É preciso de atenção e investigação.

Quando falamos de dificuldades de aprendizagem não estamos nos referindo ao estranhamento inicial em contato com algo novo, e sim a um problema persistente, que mesmo com o esforço do indivíduo, o conteúdo não consegue ser assimilado e nem a dificuldade superada.

As dificuldades de aprendizagem são vivenciadas de uma forma muito sofrida, podendo ser até excludente ou constrangedora, um claro sinal de quem clama por ajuda.

O olhar atento é fundamental para dar o primeiro passo no enfrentamento dos problemas que paralisam os alunos no processo de aprendizagem.

Educadores e familiares precisam estar unidos na resolução desta problemática, sem dar rótulos que julgam e constrangem a pessoa que passa pela dificuldade, e sim procurar ajuda profissional especializada.

Psicopedagogos são os profissionais especializados para conduzir o processo investigativo para solução do problema e encaminhar para outros profissionais, se for o caso, com um trabalho multidisciplinar a favor do processo de aprendizagem.

A psicopedagogia é um campo do saber que se constrói a partir de dois saberes e práticas: a psicologia e a pedagogia. Estuda os processos de aprendizagem de crianças, adolescentes e adultos. Aborda as relações entre o sujeito com o conhecimento na sua construção e reconstrução.

As dificuldades são constatadas quando o aluno apresenta um perfil divergente da sua faixa etária e do nível escolar.

Elas são caracterizadas pela aquisição tardia da linguagem, trocas fonológicas, leitura silabada, erros ortográficos; dificuldades de concentração; agitação psicomotora; orientação espacial e perceptiva comprometidas; dificuldades significativas na aquisição e uso da audição, fala, leitura, escrita, raciocínio e outras habilidades.

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Trata-se de um problema apresentado ou percebido quando há o ingresso formal da criança na escola, cujo período é especialmente importante para o desenvolvimento, execução de tarefas, aquisição de habilidades sociais, fase de estruturar a conduta governada por regras.

A escola não é um local apenas para aprender a ler, escrever e fazer contas, é principalmente um local para aprender a conviver e a ser. Como definido pelos quatro pilares da educação: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a conviver e aprender a ser.

A origem das dificuldades baseia-se em fatores biológicos, emocionais e sociais.

É imprescindível a identificação dos sinais e das relações que permeiam as dificuldades de aprendizagem, se estão envolvidas em uma situação momentânea ou se tem um caráter mais duradouro.

Analisar se o aluno apresenta sono, cansaço, desinteresse, falta de concentração, agressividade, indisciplina, tristeza, agitação, desordem, tristeza, apatia, insegurança, etc.

É necessário um trabalho conjunto entre escola, família e profissionais especializados a fim de não comprometer o desenvolvimento acadêmico e pessoal da criança.

É um quadro complexo que exige competência profissional para avaliação, proposta de intervenção e prognóstico.

Os profissionais de Psicopedagogia levam em conta a pessoa na abordagem integral, com olhar abrangente sobre as causas das dificuldades de aprendizagem, nas suas dimensões biológica, psíquica, emocional, social e cultural, rompendo a visão simplista dos problemas de aprendizagem.

Hoje as dificuldades de aprendizagem que estão no centro das atenções são dislexia (dificuldade que aparece na leitura) e TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade). Há muitas outras, tais como disgrafia (trocas e inversões de letras), discalculia (dificuldade para cálculos e números), dislalia (dificuldade na emissão da fala), disortografia (dificuldade na linguagem escrita).

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A solução não está no diagnóstico de patologias e no receituário frenético de medicamentos.

O aluno com dificuldades de aprendizagem frequentemente se sente rejeitado pelos colegas. O sucesso escolar está intimamente relacionado ao desenvolvimento socioafetivo saudável.

No ambiente escolar, a criança constrói uma visão de si com base nas avaliações recebidas, tanto dos professores, colegas e pais.

O baixo rendimento escolar desencadeia sentimentos de baixa autoestima, e vai além, também afeta a capacidade produtiva da pessoa, e sua perspectiva de aceitação e reconhecimento nas diversas áreas da vida.

Neste contexto, o período escolar assume extrema importância por reunir grandes desafios na área do desenvolvimento. Por esta razão, a ocorrência de dificuldades de aprendizagem e a trajetória do indivíduo no cenário educacional pode trazer consequências negativas no futuro.

O fracasso escolar é um problema maior, estrutural e social. É urgente questionar sobre o processo de patologização dos problemas enfrentados pela escola. A desconstrução de rótulos que culpabilizam exclusivamente o aluno pelo fracasso. O ponto nevrálgico está nas questões de políticas educacionais, metodologia e didática pedagógica, as relações institucionais, medicalização massiva.

Compreendendo todo o emaranhamento da complexidade do tema, é vital ter o comprometimento com a vida e o bem-estar, cuidando da pessoa, do seu desenvolvimento, trabalhando suas dificuldades e aprimorando suas potencialidades.

O papel do trabalho psicopedagógico é analisar e assinalar os fatores que favorecem, intervém ou prejudicam uma boa aprendizagem em uma instituição, visando à integração e orientações metodológicas com base nas características e particularidades dos indivíduos do grupo.

Assim constitui-se suporte para a condução de uma vida rica de aprendizados significativos e com sentido, com o que é melhor para a pessoa.

Cada caso é um caso que precisa de um direcionamento positivo com arranjos pedagógicos, institucionais, familiares e pessoais, promovendo valorização, flexibilidade, novas perspectivas e bem-estar.

Que possamos tirar as melhores lições para nossa melhor versão, transformando as dificuldades em oportunidades para o nosso crescimento em todas as áreas da vida.

CRIS CRUZ Cristiane Cruz

Mulher, mãe, viajante, apaixonada por pessoas e exploradora de mundos.

Missão: Despertar o autoconhecimento e transformar consciências.

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